High Frequency Trading (HFT): o que é e como ela funciona

O High Frequency Trading (HFT) é algo relativamente novo no universo de trading brasileiro, mas já é muito utilizado em mercados mais consolidados, como o estadunidense.

Apesar disso, esse tipo de operação está se popularizando, principalmente por conta de uma de suas grandes características: a ausência de interferência humana na realização das operações.

Apesar disso, ela também apresenta alguns riscos. Porém, se bem estudados e com uma boa estratégia, o HFT pode ser uma excelente ferramenta para o trader.

Quer saber mais? Continue a leitura.

O que é High Frequency Trading (HFT)?

O High Frequency Trading, conhecido também como negociação em alta frequência, é uma forma de realizar muitas operações de compra e venda na Bolsa de Valores utilizando computadores que farão isso muito rapidamente.

Normalmente, existem algoritmos por trás dessas operações que analisam o mercado com base em critérios estabelecidos e que realizam a operação quando determinada condição for percebida.

No caso da HFT, esses computadores e algoritmos analisam muitos dados para tomar as suas decisões e, por serem operações de curtíssimo prazo, os ativos precisam ter alta liquidez.

Com isso, o objetivo do trader que opera utilizando esse método é lucrar com pequenas diferenças de preços dos ativos. E para ter mais sucesso nessas operações, as ordens precisam ser enviadas muito rapidamente.

De modo geral, as operações HFT têm como características:

• Grande quantidade de operações realizadas.
• Alta velocidade.
• Operações de curtíssimo prazo.

No universo do trading, os algoritmos que realizam operações de HFT são conhecidos como robôs de investimento ou robôs traders.

Estratégias utilizadas no High-Frequency Trading

Os algoritmos de HFT podem ser configurados para respeitar diversas estratégias de operações. Mas algumas das mais comuns são a arbitragem, o market making, a detecção de fluxo de ordens e o trading de notícias.

Conheça agora como cada uma dessas estratégias funciona:

• Market making: a empresa de HFT “cria um mercado” ao enviar ordens simultâneas de compra e venda, fornecendo liquidez ao mercado. Nesse caso, o lucro vem da diferença entre compra e venda.
• Detecção de fluxo de ordens: análise de padrões no fluxo de ordens para se antecipar ao movimento do mercado e lucrar com ele.
• Arbitragem: analisa a discrepância de preços de um ativo em diferentes mercados, comprando no mais barato e vendendo no mais caro, e lucrando com a diferença.
• Trading de notícias: monitoramento de notícias que impactam o mercado para se antecipar.

Ou seja, é possível configurar o algoritmo de HFT para obedecer diferentes estratégias, inclusive de maneira conjunta para maximizar ainda mais os resultados das suas operações.

Quais são os benefícios do High Frequency Trading?

Os defensores do uso do HFT argumentam que a prática traz benefícios para o mercado e para o trader, sendo algo positivo para o mercado em si.

Para o mercado, os entusiastas do HFT argumentam que a prática traz mais liquidez ao mercado e aumenta a sua concorrência. Isso faz com que o mercado se torne mais eficiente quando se analisa os preços dos ativos.

Já para o trader em si, o uso de algoritmos para realizar as operações automatiza a compra e a venda dos ativos, além de ser uma mão na roda para quem não tem tempo de acompanhar o mercado.

Porém, uma das grandes vantagens que o HFT oferece ao trader é a redução do fator emocional na hora de operar. Com isso, as estratégias estabelecidas nos algoritmos são executadas sem qualquer interferência externa.

Esses são alguns benefícios que os defensores da negociação de alta frequência utilizam para defender a prática. Porém, é importante destacar que existem riscos envolvidos, e é isso que veremos a seguir.

Quais são os riscos das negociações de alta frequência?

Agora que já se conhece quais os benefícios do HFT, é preciso também conhecer quais são os riscos que esse tipo de prática apresenta.

O primeiro risco das negociações de alta frequência é a ausência de decisão e interação humana no processo. Isso pode ser positivo para evitar interferências emocionais, porém também é um risco dependendo do caso, principalmente para aqueles que gostam de acompanhar a Bolsa de Valores.

Outro grande risco se refere ao mercado em si, uma vez que essas decisões que acontecem em milisegundos e movimentam muitos recursos podem prejudicar a análise do mercado para as negociações diárias.

Uma situação conhecida aconteceu em maio de 2010, quando o índice Dow Jones perdeu 10% em apenas 20 minutos, e depois subiu novamente. As investigações demonstraram que o fenômeno aconteceu após um grande pedido de ordens simultâneas que desencadeou essa movimentação anormal. 

Por fim, uma crítica comum às negociações de alta frequência é o fato de ela permitir que grandes players do mercado possam lucrar às custas dos traders menores.

Ou seja, apesar de apresentar alguns benefícios, o HFT trás riscos. O que é normal, uma vez que estamos tratando de operações de Renda Variável e que oscilações em poucos segundos é comum, principalmente no Day Trade.

Como ser um trader de HFT?

O trader que quer operar utilizando o HFT precisa saber que essa possibilidade não está disponível para todos.

A B3 estabelece alguns critérios para que o trader possa se candidatar para realizar operações de alta frequência. São eles:

• Operar ao menos 1.500 lotes de dólar ou índice.
• Operar 7.500 lotes de minidólar ou mini-índice.

Com isso, o trader poderá preencher o formulário da B3 para solicitar a sua inclusão no programa de High Frequency Trading. Após o preenchimento, o comitê responsável irá analisar se aprova ou não a sua solicitação.

Importante ressaltar que, mesmo aprovado, essas operações continuam trazendo risco que precisam ser considerados. Por isso, é importante que o trader continue a estudar e se atualizar com essas tecnologias.