Quais são as diferenças entre o dólar comercial e o dólar turismo?
O dólar comercial e o dólar turismo são dois tipos de cotação da moeda americana utilizados no Brasil, e suas principais diferenças estão no uso e no valor.
- O dólar comercial é utilizado em transações internacionais entre empresas, como importações e exportações, operações financeiras e transferências de dinheiro entre países.
- O dólar turismo é voltado para pessoas físicas que vão viajar para o exterior ou comprar produtos e serviços internacionais, como passagens, hospedagens e compras em lojas estrangeiras.
Assim, em termos de valor, o dólar turismo é sempre mais caro que o dólar comercial. Isso ocorre porque ele inclui taxas operacionais das casas de câmbio, margem de lucro das instituições financeiras e os custos logísticos envolvidos no fornecimento da moeda em espécie.
Enquanto o dólar comercial é utilizado no mercado interbancário e em negociações financeiras de grande porte, o dólar turismo é aplicado em situações do dia a dia do consumidor, como compra de moeda em espécie, uso de cartões de crédito e pré-pagos internacionais, além de pacotes de viagem.
Por que acompanhar a cotação do dólar é importante?
Acompanhar a cotação do dólar é importante porque essa moeda influencia diretamente a economia global — e, consequentemente, o nosso dia a dia.
Veja alguns motivos para acompanhar a variação do dólar hoje.
Impacta o preço de produtos e serviços
O dólar influencia o valor de produtos importados, como eletrônicos, combustíveis, medicamentos e até alimentos.
Quando o dólar sobe, esses itens costumam ficar mais caros no Brasil, já que muitas matérias-primas ou produtos finais vêm de fora.
Afeta viagens internacionais
Se você vai viajar para o exterior, acompanhar o dólar ajuda a planejar melhor os gastos.
Uma alta na cotação pode tornar a viagem significativamente mais cara, incluindo passagens, hospedagem e alimentação.
Influencia investimentos
O dólar impacta o mercado financeiro, especialmente quem investe em ações, Fundos internacionais, ouro, commodities ou até mesmo em criptoativos. Ele também influencia o rendimento de aplicações atreladas ao câmbio.
Reflete o cenário econômico
A cotação do dólar é um termômetro da economia brasileira e global.
Portanto, quando há crises, instabilidades políticas ou desconfiança no mercado, o dólar tende a subir. Por outro lado, quando há crescimento e confiança, ele pode se estabilizar ou cair.
Afeta empresas e exportações
Empresas que importam insumos ou equipamentos sentem diretamente a variação do dólar nos seus custos.
Já para exportadoras, um dólar alto pode ser positivo, pois elas recebem em moeda estrangeira.
O que afeta a cotação do dólar?
A cotação do dólar é influenciada por uma série de fatores econômicos, políticos e até psicológicos que afetam a oferta e a demanda pela moeda. Veja a seguir.
Taxa de juros nos Estados Unidos
Quando o Federal Reserve (Fed) — o banco central dos EUA — aumenta os juros, o dólar tende a se valorizar.
Isso acontece porque os investidores globais passam a buscar ativos americanos, que ficam mais atrativos com juros mais altos.
Indicadores econômicos
Dados como PIB, inflação, desemprego e balança comercial dos EUA e de outros países afetam a confiança na economia americana e, consequentemente, o valor do dólar.
Política econômica e fiscal
Decisões sobre gastos públicos, dívida, reformas e política monetária podem gerar confiança ou desconfiança no mercado, influenciando diretamente a cotação.
Cenário político
Crises políticas, guerras, tensões diplomáticas ou eleições importantes podem aumentar a volatilidade e fazer o dólar subir, já que ele é visto como um ativo de proteção em momentos de incerteza.
Fluxo de capital estrangeiro
Entradas e saídas de dólares do Brasil (ou de qualquer outro país) afetam o câmbio.
Por exemplo, quando há muito investimento estrangeiro no país, o real tende a se valorizar. Se há fuga de capital, o dólar sobe.
Comércio internacional
Países com superávit comercial (exportam mais do que importam) costumam ter moedas mais fortes. Já os déficits podem pressionar a moeda local e favorecer o dólar.
Especulação e expectativas
O mercado cambial também é movido por expectativas de curto prazo e operações especulativas.
Assim, se o mercado “acredita” que o dólar vai subir, muitos começam a comprar antecipadamente, o que acaba realmente elevando a cotação.
Como o preço do dólar afeta sua vida?
O preço do dólar afeta diretamente a vida das pessoas, mesmo daquelas que não viajam para o exterior ou compram produtos importados com frequência.
Quando a cotação da moeda americana sobe, diversos produtos e serviços ficam mais caros no Brasil, já que muitos deles dependem de matérias-primas ou componentes vindos do exterior, como eletrônicos, carros, combustíveis e até alimentos.
Além disso, o custo de viagens internacionais aumenta, já que passagens, hospedagem, alimentação e demais despesas no exterior são cobradas em dólar.
O mesmo vale para compras em sites internacionais, como Amazon, AliExpress ou Shein, que ficam mais caras quando a moeda americana se valoriza, especialmente ao serem pagas no cartão de crédito, com a incidência de taxas e IOF.
Vale ressaltar que a cotação do dólar também tem impacto direto nos investimentos. Variações no câmbio afetam o valor de ações, Fundos cambiais, criptoativos, ouro e ativos internacionais.
Além disso, a valorização do dólar pode pressionar a inflação, já que os custos de importação aumentam, e isso se reflete no preço final de diversos produtos e serviços, reduzindo o poder de compra da população.
Por fim, o dólar influencia decisões importantes de política monetária. Se a moeda sobe muito, o Banco Central pode elevar a taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação.
Isso encarece o crédito, afeta empréstimos e financiamentos, e interfere diretamente na vida financeira das pessoas.
Ou seja, mesmo que indiretamente, o dólar tem um papel importante na economia doméstica e no orçamento pessoal.
Vale a pena investir em dólar?
Investir em dólar pode sim valer a pena, mas tudo depende dos seus objetivos financeiros, do seu perfil de investidor e do cenário econômico.
Em primeiro lugar, investir em dólar pode funcionar como uma forma de proteção (também chamada de hedge).
Quando o real perde valor, o dólar tende a subir, ajudando a preservar o poder de compra do seu dinheiro. Isso é importante principalmente em momentos de instabilidade política ou econômica no Brasil.
Ademais, ter parte do seu patrimônio em dólar (ou em ativos dolarizados) ajuda a diversificar os riscos. Assim, se a economia brasileira estiver mal, seus investimentos no exterior podem compensar as perdas, equilibrando sua carteira.
Contudo, apesar das vantagens, investir em dólar também traz riscos. A cotação pode cair e gerar perdas cambiais, principalmente se o real se valorizar.
Além disso, alguns ativos internacionais podem ter alta volatilidade, e investir direto lá fora envolve custos extras (como IOF e taxas de corretagem).
Como investir em dólar?
Você pode investir em dólar de várias formas:
- Fundos cambiais no Brasil.
- ETFs dolarizados (como IVVB11, que replica o S&P 500).
- Corretoras internacionais para investir direto nos EUA.
- Compra de dólar em espécie (menos recomendado para investimento, mais para reserva).
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Conheça a história do dólar
O dólar foi oficialmente criado em 1792, com o Coinage Act, que instituiu o “U.S. dollar” como a moeda oficial dos Estados Unidos.
A inspiração veio do “dólar espanhol”, uma moeda de prata amplamente utilizada nas Américas na época. Inicialmente, o dólar americano também era lastreado em prata e ouro, dentro do sistema conhecido como padrão bimetálico.
Ao longo do século XIX, os EUA migraram gradualmente para o padrão-ouro, onde cada dólar representava uma quantidade fixa de ouro. Esse sistema trouxe estabilidade, mas também limitava a flexibilidade do governo em crises econômicas.
Durante a Grande Depressão, em 1933, o presidente Franklin D. Roosevelt suspendeu a conversão do dólar em ouro para conter a crise. Isso marcou o início do fim do padrão-ouro nos EUA.
Em 1944, ao final da Segunda Guerra Mundial, foi assinado o Acordo de Bretton Woods, que transformou o dólar na principal moeda de referência internacional, lastreado em ouro, enquanto as outras moedas foram atreladas ao dólar.
Em 1971, o presidente Richard Nixon decretou o fim da conversão do dólar em ouro, encerrando o sistema de Bretton Woods. Desde então, o dólar passou a ter câmbio flutuante, ou seja, seu valor passou a ser determinado pelo mercado, com base na oferta e demanda.
Hoje, o dólar é a principal moeda de reserva do mundo, usada em grande parte do comércio internacional, investimentos, contratos e reservas cambiais dos bancos centrais.