O Ibovespa encerrou a sexta-feira em forte baixa, atingindo o menor nível em três semanas, após a China responder com medidas de retaliação às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Isso aumentou os temores de uma desaceleração econômica global significativa.
O principal índice do mercado acionário brasileiro caiu 2,96%, fechando a 127.256 pontos, após atingir a mínima de 126.465,55 pontos, o menor patamar desde 14 de março. No melhor momento do dia, o índice chegou a 131.139,05 pontos.
Essa foi a maior queda percentual em um único dia desde 18 de dezembro, quando o índice recuou 3,15%. Com esse desempenho, o Ibovespa acumulou uma queda de 3,52% na semana. O volume financeiro na sexta-feira totalizou R$31,75 bilhões.
A China, que foi uma das economias mais afetadas pelas tarifas recíprocas anunciadas pelos EUA, anunciou uma taxa adicional de 34% sobre produtos norte-americanos. Esse movimento intensifica a guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que, segundo economistas, pode impactar negativamente a economia global.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afirmou que as novas tarifas de Trump são “maiores do que o esperado” e que as consequências econômicas, como inflação mais alta e crescimento mais lento, provavelmente também serão.
Para a equipe de pesquisa macroeconômica de um grande banco, esta foi uma semana histórica para o comércio internacional, aumentando a incerteza nos mercados. Em relatório a clientes, os economistas destacaram a importância de acompanhar as decisões de retaliação das principais economias, que podem elevar os riscos de uma desaceleração sincronizada entre os países.
O Ibovespa inicialmente resistiu ao anúncio de Trump, fechando a quinta-feira praticamente estável, mas sucumbiu à aversão ao risco após a resposta contundente da China à nova política comercial dos EUA.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 caiu quase 6%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano caiu de 4,055% para 3,9943%. As bolsas na Europa e Ásia também registraram quedas significativas.
Economistas de uma grande instituição financeira afirmaram em relatório que as tarifas norte-americanas aumentam os riscos de recessão nos EUA e no mundo para 60%, em comparação com 40% estimados anteriormente. Outras instituições também passaram a ver uma chance maior de recessão nos EUA.
(Com Reuters)
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