Embora pareça algo difícil e distante, investir no exterior é uma opção viável e pode ser uma alternativa interessante até mesmo para iniciantes.
Além disso, muitos pensam ser algo exclusivo para determinado público, como pessoas com muito dinheiro, mas não é. Pelo contrário, investir no exterior pode ser uma forma de diversificar seus investimentos.
Portanto, se esse é o seu objetivo (proteger e diversificar), saber como investir no exterior torna-se algo relevante.
Afinal, você consegue ter acesso a setores e opções que o Brasil não oferece, além de empresas de grande destaque mundo afora. Além disso, é uma oportunidade de minimizar os riscos da sua carteira.
Uma das vantagens de investir no exterior é a valorização de outras moedas que costumam ter aplicações mais estáveis, de acordo com o país de origem.
Neste artigo, vamos mostrar como investir no exterior, quais são as vantagens e as possibilidades existentes. Leia até o final para saber mais detalhes.
5 opções para investir no exterior
Investir no exterior pode ser uma excelente forma de diversificação e proteção contra riscos. Veja algumas opções para aplicar dinheiro lá fora:
1. BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
São recibos negociados na B3 que representam ações de empresas estrangeiras, como Apple, Amazon e Microsoft. Uma opção prática para quem deseja exposição internacional sem abrir conta no exterior.
2. ETFs (Exchange Traded Funds)
Fundos negociados na B3, como IVVB11 (que replica o S&P 500), permitem investir indiretamente no exterior sem precisar de conta em corretoras estrangeiras.
3. Fundos de Investimento com exposição internacional
Diversas gestoras no Brasil oferecem Fundos que investem em ativos estrangeiros, como ações americanas, europeias e asiáticas.
4. Investimento direto em empresas e imóveis no exterior
Para investidores com mais capital, é possível abrir uma empresa fora do Brasil ou comprar imóveis nos EUA, Portugal e outros países como forma de diversificação patrimonial.
5. Abrir conta em corretoras internacionais
Plataformas como Interactive Brokers, Charles Schwab e TD Ameritrade permitem que brasileiros invistam diretamente em ações, ETFs e outros ativos estrangeiros.
Entretanto, é uma alternativa mais complicada e requer bastante conhecimento.
Lembrando que os ativos citados neste artigo não são recomendações de compra. A decisão final de investir é sempre sua.
Quais são as vantagens de investir no exterior?
Se você quer investir no exterior e ainda tem receio de ser algo complicado, inseguro e fora do radar de brasileiros, saiba que não é bem assim.
Essa realidade tem se tornado cada vez mais presente no cotidiano dos investidores brasileiros.
Além disso, investir no exterior apresenta muitas vantagens, por exemplo:
- Diversificação: reduz a dependência do mercado brasileiro e diminui riscos específicos do país.
- Proteção cambial: o dólar e o euro costumam ser mais estáveis que o real, protegendo o patrimônio contra desvalorização da moeda brasileira.
- Acesso a mercados consolidados: empresas como Apple, Microsoft e Tesla oferecem oportunidades que podem ser mais seguras e rentáveis a longo prazo.
- Maior variedade de ativos: no exterior, há opções como REITs (fundos imobiliários americanos), ETFs globais e ações de empresas de tecnologia, saúde e energia renovável.
Portanto, quem optar em investir no exterior têm acesso de forma global a várias possibilidades e tem uma diversidade de perspectivas de crescimento econômico.
Essa é uma boa alternativa para não ficar apenas dependente do cenário brasileiro e aumentar sua diversificação.
Para quem é mais recomendado?
Esse tipo de investimento é mais recomendado para pessoas de perfil moderado e arrojado, isto é, quem aceita volatilidade e busca crescimento no longo prazo pode se beneficiar mais.
Quem já tem uma reserva de emergência e investimentos no Brasil. Afinal, antes de investir no exterior, é importante ter uma base sólida localmente.
Por fim, empreendedores e investidores que querem proteção contra riscos políticos e econômicos do Brasil.
Quais são os custos e tributos dos investimentos no exterior?
A tributação sobre investimentos no exterior para envolve algumas regras importantes. A seguir, confira os principais impostos e obrigações fiscais.
Imposto de Renda sobre ganhos de capital
Se você vende um ativo no exterior (ações, ETFs, imóveis) com lucro, deve pagar Imposto de Renda sobre o ganho de capital.
As alíquotas são:
- Até R$ 5.000 de lucro no mês: isento.
- De R$ 5.000,01 a R$ 30.000: 15% sobre o lucro.
- Acima de R$ 30.000: 20% sobre o lucro.
O pagamento deve ser feito via DARF (código 8523) até o último dia útil do mês seguinte à venda.
Tributação sobre dividendos e Juros sobre Capital Próprio
Dividendos no exterior são tributados no Brasil. A alíquota é 27,5% e deve ser paga via DARF (código 0190).
Se o país de origem já reteve imposto sobre os dividendos, você pode usar o acordo para evitar bitributação (caso exista) para compensar parte desse imposto no Brasil.
IOF sobre remessas
Toda remessa de dinheiro para o exterior sofre IOF de 0,38%. No retorno do dinheiro ao Brasil, não há incidência de IOF.
Declaração no Imposto de Renda
Patrimônio no exterior acima de R$ 140 mil deve ser declarado ao Banco Central no DCBE (Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior).
Portanto, no Imposto de Renda, você precisa informar:
- Ativos (ações, ETFs, imóveis) na ficha Bens e Direitos.
- Dividendos e lucros na ficha Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica do Exterior.
- Ganhos de capital na ficha Ganhos de Capital no Exterior.
Considere o seguinte exemplo: se você comprou uma ação da Apple por US$ 100 e vendeu por US$ 150, teve um lucro de US$ 50.
Se esse lucro convertido para reais for maior que R$ 5.000 no mês, precisa pagar 15% ou 20% de IR sobre ele.
Quais são os riscos de investir no exterior?
Assim como qualquer tipo de aplicação financeira, investir no exterior não está isento de riscos e prejuízos.
Portanto, antes de começar a investir em outro país, procure saber como estão as condições políticas e econômicas daquela região que você escolheu para aplicar seu dinheiro.
Afinal, a incerteza política faz toda a diferença para o resultado de um investimento, principalmente quando ele é internacional.
Um problema interno no país de origem do investimento pode gerar prejuízos. Dessa forma, esteja sempre por dentro do que está acontecendo.
E o mais importante: avalie o seu perfil de investidor e saiba se é o momento certo de investir no exterior. Avalie as suas prioridades e planejamento para avaliar os riscos.