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Redução da Área Protegida das Linhas de Nazca Aumenta Risco de Mineração Ilegal e Ameaça Geoglifos Históricos no Peru

  • 04/06/2025 - 17h31
  • Atualizado 6 meses atrás
  • 3 min de leitura

O governo do Peru reduziu significativamente a área protegida das famosas Linhas de Nazca, medida que segundo especialistas pode deixar os antigos geoglifos sob a ameaça de centenas de minas informais próximas.

Na semana passada, o Ministério da Cultura do Peru informou que “atualizou” o tamanho da área protegida em Nazca de 5.600 km quadrados para 3.200 km quadrados, argumentando que estudos topográficos e arqueológicos delimitaram com mais precisão a área real do patrimônio.

As linhas de Nazca, a cerca de 400 km ao sul de Lima, são formadas por relevos em um deserto com mais de 800 desenhos de animais, plantas, figuras geométricas e antropomórficas feitos há mais de 1.500 anos e que só podem ser vistos do alto.

Na área, figuras de beija-flores, macacos, aranhas, cachorros, pelicanos, baleias e lagartos, entre outros, destacam-se na terra de superfície escura e clara no subsolo, mantidas pelo clima estável de 25 graus Celsius — que faz com que o vento se desvie e reduz a erosão, explicaram especialistas.

De acordo com registros do Ministério de Energia e Minas do Peru, cerca de 362 garimpeiros de ouro de pequena escala ou artesanais estão inscritos em um programa de formalização chamado REINFO no distrito de Nazca, onde as autoridades e a polícia já reprimiram a mineração ilegal.

O programa REINFO é explorado por garimpeiros ilegais que subjugam os garimpeiros de pequena escala ou roubam sua produção em aliança com gangues criminosas, segundo a polícia e fontes do setor.

A mineração ilegal, que gerou uma onda de violência no país, movimenta mais dinheiro do que o tráfico de drogas, cerca de US$3 bilhões por ano, de acordo com o governo e a polícia.

“As principais ameaças às linhas de Nazca são a mineração informal que opera ao redor e até mesmo dentro da área protegida”, disse o arqueólogo Pieter Van Dalen, chefe da associação de arqueólogos do Peru.

“É uma situação muito infeliz e a área agora está sendo reduzida consideravelmente, sob a justificativa de que é uma área muito grande, que não pode ser controlada”, acrescentou.

De acordo com a UNESCO, que declarou as Linhas de Nazca como patrimônio mundial em 1994, os geoglifos em Nazca e na cidade vizinha de Palpa cobrem 450 km quadrados.

O ministro de Energia e Minas, Jorge Montero, admitiu na terça-feira que mineiros artesanais de pequena escala operam no distrito de Nazca, e que agora precisam ser formalizados para trabalhar.

“Estamos avaliando para entender como isso impacta o status da mineração artesanal e de pequena escala que está funcionando lá, que está funcionando naquela área que fazia parte do polígono cultural de Nazca e agora não faz mais”, disse ele.

As Linhas de Nazca são uma área em constante estudo.

Em setembro do ano passado, uma equipe de pesquisadores anunciou a descoberta de 300 novos geoglifos em Nazca, a maioria de animais e figuras humanoides. E em 2020, eles anunciaram a descoberta de uma figura de 37m de um felino com orelhas pontudas desenhada em uma encosta na área.

(Com Reuters)

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