Os formuladores de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) mantiveram em aberto suas opções para possíveis futuros cortes nas taxas de juros na sexta-feira, sinalizando uma perspectiva incerta para o comércio, os preços de energia e as taxas de câmbio.
O BCE deixou as taxas de juros inalteradas na quinta-feira e manteve uma visão otimista sobre o crescimento e a inflação, o que levou investidores a reduzir expectativas de novas reduções nos custos dos empréstimos.
No entanto, várias autoridades monetárias, falando na sexta-feira, deram a entender que o debate está longe de terminar, mesmo após o BCE ter reduzido sua taxa de juros para 2%, de 4%, no espaço de um ano.
“Não há um caminho predeterminado, mas outro corte na taxa é totalmente possível nas próximas reuniões”, disse o presidente do banco central da França, François Villeroy de Galhau, à estação de TV BFM Business.
Olli Rehn, da Finlândia — que, assim como Villeroy, está frequentemente entre as autoridades “doves” do BCE, como são conhecidos os formuladores de política monetária que favorecem taxas mais baixas — também disse que os riscos negativos para a inflação decorrentes da energia mais barata e de um euro mais forte não devem ser subestimados.
Projeções de Inflação
- As projeções mais recentes do BCE preveem que a inflação cairá dos atuais cerca de 2% para 1,7% no próximo ano e 1,9% em 2027.
- O presidente do banco central da Letônia, Martins Kazaks, destacou a reunião de dezembro do BCE, quando essas projeções serão atualizadas, como “rica” em informações para determinar se a inflação está se afastando da meta de 2% do banco.
- Ele alertou para riscos como um possível atraso no novo sistema de comércio de carbono da União Europeia, que acrescenta cerca de 0,3 ponto percentual às projeções de inflação do BCE, importações chinesas potencialmente “deflacionárias” e um euro mais forte.
O novo presidente do banco central da Áustria, Martin Kocher, também disse que é muito cedo para dizer se o ciclo de corte de taxas do BCE terminou e que o banco central decidirá o que fazer em cada reunião com base nos dados disponíveis.
Os mercados monetários mostraram ser improvável que o BCE reduza os custos dos empréstimos tão cedo, com apenas uma pequena chance de um novo corte no próximo verão do hemisfério norte.
(Com Reuters)