A Cogna pretende voltar a pagar dividendos a seus acionistas, após ter lucro líquido de R$880 milhões em 2024, cessando uma sequência de prejuízos anuais desde 2020, conforme dados divulgados nesta quarta-feira pelo grupo de educação, um dos maiores do país.
Além do desempenho positivo na última linha do balanço, a companhia atingiu a previsão divulgada ao mercado no final de 2020, com um resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente de R$2,2 bilhões e uma geração de caixa operacional após investimentos de R$1 bilhão.
“Nosso plano é distribuir dividendos em 2025 baseado no lucro de 2024”, disse o presidente-executivo da Cogna, citando que tal decisão ainda precisa ser aprovada em assembleia de acionistas, que está prevista para abril. Após o fechamento do mercado nesta quarta-feira, a Cogna anunciou que seus conselheiros aprovaram a distribuição de R$120,8 milhões em dividendos aos acionistas.
O executivo afirmou estar otimista para 2025 e adiantou que as captações de estudantes neste começo de ano sinalizam que o primeiro trimestre de 2025 deve ter uma resultado melhor do que a campanha do mesmo período de 2024, quando essa linha do balanço teve crescimento de 14,7% ano a ano.
Questionado sobre o potencial efeito do cenário macroeconômico mais desafiador no Brasil, ele falou que a empresa não tem no orçamento expectativa de desaceleração do crescimento, destacando o aumento de procura por cursos mais caros e adimplência controlada, com viés positivo.
“E mesmo que uma coisa ou outra ao longo do segundo semestre possa ter algum arrefecimento, temos mecanismos…para continuar ganhando eficiência”, acrescentou.
Trimestre Forte
- Apenas no quarto trimestre do ano passado, a empresa apurou um lucro líquido de R$925,8 milhões, revertendo o prejuízo de R$397 milhões um ano antes, e o Ebitda alcançou R$1 bilhão, um salto de 87,7% em relação aos mesmos meses do ano anterior, com a margem passando de 28% para 46,4%.
- Em termos ajustados, o lucro somou R$985 milhões, ante prejuízo de R$374 milhões no mesmo período de 2023, enquanto o Ebitda recorrente subiu 47%, para R$812 milhões, com a margem nessa métrica passando de 28,9% para 37,6%.
- Projeções compiladas pela Lseg apontavam lucro de R$265 milhões e Ebitda de R$744 milhões.
- A Cogna destacou que o desempenho do Ebitda recorrente veio principalmente do ganho de eficiência em todas as unidades de negócio.
- A receita líquida somou R$2,16 bilhões, alta de 13,2% ano a ano, com destaque para as unidades Kroton e Vasta, que mostraram acréscimos de 16% e 26%, respectivamente, enquanto Saber mostrou declínio de 5,5%.
- Esses números têm como pano de fundo um mercado de trabalho aquecido no país, com a taxa de desemprego em patamares baixos e renda em alta. Mas esse cenário pode mudar diante do potencial efeito da política monetária mais restritiva na desaceleração da economia a fim de controlar a inflação.
- A geração de caixa operacional após investimento totalizou R$337 milhões nos últimos três meses de 2024, aumento de 40%, com a empresa atribuindo o desempenho ao crescimento na receita de Kroton com melhor conversão de caixa e recebimentos relacionados ao PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático).
- A dívida líquida caiu 12,1%, para R$2,88 bilhões, com o índice de alavancagem medido pela relação entre dívida líquida/Ebitda ajustado caindo para 1,35 vez, o menor registro desde o quarto trimestre de 2018. No terceiro trimestre de 2024, a alavancagem era de 1,58 vez. Um ano antes, estava em 1,83.
(Com Reuters)