Começa hoje (01) a quinta reunião do ano para definir Taxa Selic Começa hoje (01) a quinta reunião do ano para definir Taxa Selic
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Começa hoje (01) a quinta reunião do ano do Copom para definir Taxa Selic

  • 01/08/2023 - 12h00
  • Atualizado 4 meses atrás
  • 6 min de leitura

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa nesta terça-feira (01/08), a quinta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Por causa da forte queda da inflação nos últimos meses, o órgão deve reduzir a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Esse será o primeiro corte desde agosto de 2020, quando os juros tinham sido reduzidos de 2,25% para 2% ao ano.

Na última sexta-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o caminho está pavimentado para a queda da Selic. Desde o início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tem criticado os juros. Em junho, ele afirmou que o atual nível da taxa Selic atrapalha os investimentos e que não existe nenhuma justificativa para que a Selic esteja neste momento nesse patamar.

Embora a taxa básica tenha parado de subir em agosto do ano passado, está no nível mais alto desde o início de 2017 e os efeitos de um aperto monetário são sentidos na desaceleração da economia.

Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deverá cair 0,25 ponto percentual, para 13,5% ao ano. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 12% ao ano. Nesta quarta-feira (2), ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.

Inflação
Na ata da última reunião, em junho, o órgão acenou com a possibilidade da queda dos juros em agosto. Após uma série de comunicados duros no início do ano, em que não descartava a possibilidade de elevar a taxa Selic, o Copom mudou de tom e admitiu a redução dos juros básicos por causa do comportamento dos preços.

“A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião [em agosto]”, informou o Copom na ata.

Com a forte desaceleração dos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de inflação têm caído. Segundo o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, a estimativa de inflação para 2023 passou de 4,9% para 4,84%.

Em junho, puxado pela queda nos preços dos alimentos e dos carros novos, o IPCA ficou negativo em 0,08%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira deflação em nove meses. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 2,87% no ano e de 3,16% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 3,94% acumulados até o mês anterior.

Taxa Selic

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.

A taxa Selic refere-se à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia. O BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom).

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, que é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Data da reunião do CopomPeríodo de vigênciaMeta da Selic % a.a.
21/06/202322/06/2023 atual13,75
03/05/202304/05/2023 – 21/06/202313,75
22/03/202323/03/2023 – 03/05/202313,75
01/02/202302/02/2023 – 22/03/202313,75
07/12/202208/12/2022 – 01/02/202313,75
26/10/202227/10/2022 – 07/12/202213,75
21/09/202222/09/2022 – 26/10/202213,75
03/08/202204/08/2022 – 21/09/202213,75
15/06/202217/06/2022 – 03/08/202213,25
04/05/202205/05/2022 – 16/06/202212,75
16/03/202217/03/2022 – 04/05/202211,75
02/02/202203/02/2022 – 16/03/202210,75
08/12/202109/12/2021 – 02/02/20229,25
27/10/202128/10/2021 – 08/12/20217,75
22/09/202123/09/2021 – 27/10/20216,25
04/08/202105/08/2021 – 22/09/20215,25
16/06/202117/06/2021 – 04/08/20214,25
05/05/202106/05/2021 – 16/06/20213,50
17/03/202118/03/2021 – 05/05/20212,75
20/01/202121/01/2021 – 17/03/20212,00
09/12/202010/12/2020 – 20/01/20212,00
28/10/202029/10/2020 – 09/12/20202,00
16/09/202017/09/2020 – 28/10/20202,00
05/08/202006/08/2020 – 16/09/20202,00
17/06/202018/06/2020 – 05/08/20202,25
06/05/202007/05/2020 – 17/06/20203,00
18/03/202019/03/2020 – 06/05/20203,75
05/02/202006/02/2020 – 18/03/20204,25
11/12/201912/12/2019 – 05/02/20204,50
30/10/201931/10/2019 – 11/12/20195,00
18/09/201919/09/2019 – 30/10/20195,50
31/07/201901/08/2019 – 18/09/20196,00
19/06/201921/06/2019 – 31/07/20196,50
08/05/201909/05/2019 – 20/06/20196,50
20/03/201921/03/2019 – 08/05/20196,50
06/02/201907/02/2019 – 20/03/20196,50
12/12/201813/12/2018 – 06/02/20196,20
31/10/201801/11/2018 – 12/12/20186,50
19/09/201820/09/2018 – 31/10/20186,50
01/08/201802/08/2018 – 19/09/20186,50
20/06/201821/06/2018 – 01/08/20186,50
16/05/201817/05/2018 – 20/06/20186,50
21/03/201822/03/2018 – 16/05/20186,50
07/02/201808/02/2018 – 21/03/20186,75
06/12/201707/12/2017 – 07/02/20187,00
25/10/201726/10/2017 – 06/12/20177,50
06/09/201708/09/2017 – 25/10/20178,25
26/07/201727/07/2017 – 06/09/20179,25
31/05/201701/06/2017 – 26/07/201710,25
12/04/201713/04/2017 – 31/05/201711,25
22/02/201723/02/2017 – 12/04/201712,25
11/01/201712/01/2017 – 22/02/201713,00
Fonte: Banco Central

Como a Taxa Selic é definida?

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Meta de inflação

Para 2023, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária reconhece que a possibilidade do estouro da meta de inflação neste ano é de 83%. No documento, a estimativa é que o IPCA atingirá 5,8% em 2023. O próximo relatório será divulgado no dia 29 de junho.

Como a taxa Selic afeta a sua vida?

A Selic é um indicador importante e afeta a vida das pessoas em diferentes maneiras. Em momentos de alta da taxa, os juros tendem a ser maiores, o que tende a reduzir os pedidos de crédito no país. O oposto também acontece: com a Selic mais baixa, o custo para pedir crédito também diminui e mais pessoas começam a fazer pedidos no mercado.

E para quem investe, alguns tipos de investimento estão atrelados à Selic, ou seja, rendem mais quando o indicador está mais alto. Em agosto de 2020, a taxa atingiu o seu menor nível histórico (2,0% ao ano). Desde então, muitos investidores começaram a rever sua estratégia para buscar opções que oferecessem melhores resultados.

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