O Ibovespa fechou com uma queda de mais de 1% nesta sexta-feira, marcando a primeira perda semanal do ano, em pregão contaminado pelo viés negativo de Wall Street, enquanto Bradesco recuou quase 4% após resultado trimestral e previsões para 2025.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,27%, a 124.619,4 pontos, tendo marcado 126.524,48 pontos na máxima e 124.319,63 pontos na mínima do dia. Na semana, recuou 1,20%.
O volume financeiro na sessão somou R$21,1 bilhões.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 0,95% e o rendimento do título de 10 anos do Tesouro marcava 4,4886% no final do dia, de 4,438% na véspera.
O Departamento do Trabalho norte-americano mostrou a abertura de 143.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em janeiro, após 307.000 em dezembro em dado revisado e abaixo das previsões de economistas (170.000 vagas).
Mas a taxa de desemprego ficou em 4,0%, referendando a narrativa de mercado de trabalho saudável em janeiro, enquanto a média de ganhos por hora subiu 0,5%, de 0,3% em dezembro, e os salários aumentaram 4,1% nos 12 meses até janeiro.
De acordo com o estrategista-chefe da Avenue, William Castro, os dados reforçaram a visão de que o mercado de trabalho nos EUA segue firme e, “com isso, reforça-se a visão de que há menos espaço para novos cortes de juros no curto prazo”.
Ainda nos EUA, o presidente Donald Trump disse que planeja anunciar tarifas recíprocas sobre muitos países na próxima semana. No último sábado, ele anunciou tarifas para México e Canadá, que depois adiou a aplicação, e para a China.
Destaques
- BRADESCO PN caiu 3,93%, mesmo após um salto de 87,7% no lucro do quarto trimestre, para R$5,4 bilhões. O banco divulgou previsões para 2025, com desaceleração no crescimento da sua carteira de crédito, enquanto o CEO disse que o Bradesco está trabalhando de forma mais conservadora. A queda das ações ocorreu após duas altas seguidas, quando somaram ganho de 3,7%.
- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 0,73% e SANTANDER BRASIL UNIT recuou 2,19%. Ambos já divulgaram seus resultados trimestrais. BANCO DO BRASIL ON, que reporta seu desempenho dos últimos três meses do ano passado no próximo dia 19, cedeu 1,31%. BTG PACTUAL UNIT, que apresenta seu desempenho na segunda-feira, subiu 0,06%.
- LOCALIZA ON fechou em baixa de 6,11%, pressionada pelo movimento de alta nas taxas dos contratos de DI, que seguiram a trajetória dos rendimentos dos Treasuries.
- COSAN ON cedeu 6,14%, acompanhado de perto pela RAÍZEN PN, joint venture do conglomerado com a Shell, que fechou em queda de 3,83%. Na véspera, o jornal Valor Econômico publicou que a Raízen está discutindo um potencial aumento de capital, sem citar o tamanho da eventual operação.
- VALE ON terminou o dia com declínio de 0,54%, devolvendo ganhos de parte da sessão, mesmo em dia de alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 0,86%, a 817 iuanes (US$112,11) a tonelada, ganhando 1,36% nesta semana.
- PETROBRAS PN recuou 0,57%, descolada da alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subiu 0,5%.
- TOTVS ON avançou 2,69%, conforme agentes financeiros continuam monitorando eventuais novidades envolvendo a aquisição da Linx. No final de janeiro, a Totvs disse que segue avaliando eventual proposta para aquisição da companhia. A Genial Investimentos também destacou que a Totvs deve apresentar resultado positivo no quarto trimestre.
- MULTIPLAN ON perdeu 0,85%, sucumbindo ao viés negativo na bolsa, após a operadora de shopping centers e empreendimentos imobiliários reportar lucro líquido de R$512,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, avanço de 69,4%, com maiores receitas após expansões e revitalizações. No setor, IGUATEMI UNIT subiu 0,74% e ALLOS ON registrou decréscimo de 0,31%.
- CCR ON caiu 2,67%, tendo no radar queda de 8,6% no lucro líquido ajustado no quarto trimestre, para R$360 milhões. Executivos da empresa afirmaram em teleconferência sobre o balanço que a CCR adotou uma perspectiva mais seletiva que no ano passado sobre os futuros leilões de concessões de infraestrutura a serem realizados no Brasil este ano.