O Ibovespa encerrou a sexta-feira em baixa, refletindo o movimento negativo dos índices em Nova York, em meio a preocupações com a inflação nos Estados Unidos após dados robustos de emprego indicarem uma economia ainda aquecida.
O principal índice do mercado acionário brasileiro caiu 0,77%, fechando a 118.856,48 pontos, com mínima de 118.732,40 e máxima de 120.052,48 pontos durante o dia.
Apesar disso, o Ibovespa conseguiu evitar uma nova sequência negativa semanal, encerrando com um ganho de 0,27% na semana.
De acordo com a Ágora Investimentos, o Ibovespa continua em um contexto de baixa no médio prazo, com suporte em 118.500 pontos e resistência em 122.100.
O volume financeiro totalizou 19,75 bilhões de reais, abaixo da média diária de 2024, em um dia de importantes divulgações econômicas no Brasil e no exterior.
Nos EUA, foram criados 256 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, superando a previsão de 160 mil, sugerindo um mercado de trabalho resiliente.
Filipe Villegas, da Genial Investimentos, afirmou que o resultado reforçou as expectativas de uma abordagem cautelosa do Federal Reserve em relação aos juros este ano.
Os operadores agora esperam que o banco central dos EUA aguarde até junho para reduzir os juros novamente, encerrando seu ciclo de afrouxamento monetário logo após.
Antes do relatório de emprego, esperava-se que o Fed cortasse os juros em maio, com 50% de chance de um segundo corte antes do final do ano.
Esse cenário é visto como negativo para ações e para países emergentes, como o Brasil.
Em Wall Street, os principais índices caíram mais de 1%, enquanto o dólar subiu quase 1% em relação ao real, superando 6,10 reais.
Villegas destacou a pressão externa sobre o câmbio e as expectativas de elevação dos juros no Brasil.
Pela manhã, o IBGE divulgou que a inflação no Brasil acelerou em dezembro, fechando 2024 com alta de 4,83%, acima do teto da meta, pressionada por alimentos e gasolina.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que medidas estão sendo tomadas para atingir a meta de inflação.
Gino Olivares, da Azimut Brasil Wealth Management, acredita que o BC precisará desacelerar a economia para conter a inflação.
O Copom, que elevou a Selic para 12,25% ao ano, se reunirá nos dias 28 e 29 de janeiro para discutir a taxa básica.
Destaques do Mercado
- B3 ON caiu 3,92%, pressionando o Ibovespa, com queda acumulada de quase 3% na semana.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,38%, com o setor bancário em baixa, incluindo BRADESCO PN (-1,24%), SANTANDER BRASIL UNIT (-1%), BTG PACTUAL UNIT (-3,04%) e BANCO DO BRASIL ON (-0,25%).
- PETROBRAS PN subiu 0,27%, impulsionada pelo aumento dos preços do petróleo, com o Brent em alta de 3,69%.
- VALE ON subiu 0,57%, beneficiada pelo avanço nos futuros do minério de ferro, mas caiu 3,23% na semana.
- TAESA UNIT caiu 0,7%, após receber liberação para energização de projeto de transmissão de energia.
- TIM SA ON recuou 5,02%, com previsão de trimestre fraco, especialmente no segmento móvel.
- AZUL PN caiu 2,59%, após informar que negociações com a Abra, controladora da Gol, continuam sem acordo.
Cotações do Último Pregão
Dólar e Ibovespa
- Ibovespa: Abertura: 119.780,79 pontos, Fechamento: 118.856,48 pontos, Variação: -0,77%
- Dólar: Abertura: R$ 6,0586, Fechamento: R$ 6,0965, Variação: 0,63%
Maiores Altas
- CSNA3: Abertura: R$ 7,46, Fechamento: R$ 7,74, Variação: 3,75%
- CVCB3: Abertura: R$ 1,62, Fechamento: R$ 1,67, Variação: 3,09%
- CMIN3: Abertura: R$ 4,74, Fechamento: R$ 4,85, Variação: 2,32%
- ENEV3: Abertura: R$ 10,48, Fechamento: R$ 10,69, Variação: 2,00%
- IRBR3: Abertura: R$ 45,33, Fechamento: R$ 46,10, Variação: 1,70%
Maiores Baixas
- RENT3: Abertura: R$ 30,16, Fechamento: R$ 28,77, Variação: -4,61%
- TIMS3: Abertura: R$ 14,55, Fechamento: R$ 13,93, Variação: -4,26%
- PCAR3: Abertura: R$ 2,85, Fechamento: R$ 2,74, Variação: -3,86%
- B3SA3: Abertura: R$ 10,16, Fechamento: R$ 9,78, Variação: -3,74%
- BPAC11: Abertura: R$ 28,60, Fechamento: R$ 27,60, Variação: -3,50%