O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que a pasta projeta crescimento de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, acima da última previsão oficial, de 2,3%, e defendeu um ajuste não recessivo das contas públicas.
Após a expansão de 3,4% do PIB em 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela manhã, Haddad disse que o crescimento vai continuar, mas com um pouco mais de moderação por conta inflação.
A estimativa de 2,5% de crescimento do PIB em 2025, citada por Haddad, está acima da última expectativa oficial do próprio ministério, de 2,3%, reafirmada nesta sexta-feira pela própria Secretaria de Política Econômica da pasta.
Em entrevista ao podcast Flow, Haddad comemorou os resultados do PIB.
“O PIB está legal, o desemprego está na mínima histórica”, destacou o ministro. “Temos que cuidar da inflação”, ponderou.
Ao tratar da inflação de alimentos, que acumulou taxa de 7,25% nos 12 meses encerrados em janeiro, conforme o IBGE, Haddad afirmou que a supersafra prevista este ano e a queda do dólar tendem a amenizar a alta de preços.
“Acredito que uma série de produtos que estão mais caros hoje vão ser reduzidos com entrada da safra, que será uma supersafra”, afirmou. “A redução do preço do dólar vai ajudar.”
Fatores de pressão sobre os preços de alimentos
- O dólar acumula queda de 6,31% ante o real no ano, até esta sexta-feira.
- Redução do Imposto de Importação sobre alguns alimentos — entre eles a carne e o café.
Haddad afirmou ainda que a redução do Imposto de Importação sobre alguns alimentos — entre eles a carne e o café, dois dos vilões da inflação — anunciada na noite de quinta-feira tende a contribuir para o controle de preços, mas a supersafra e o câmbio serão mais importantes.
“A redução de imposto sobre alimentos tem alcance, mas há outros fatores que vão ajudar mais, como um bom Plano Safra e o câmbio voltar para um patamar civilizado”, avaliou.
Durante a entrevista, Haddad também defendeu o ajuste das contas públicas.
“Acredito que o Brasil precisa de ajuste nas contas públicas, e acredito que não precisa ser recessivo”, disse. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou que o ajuste seja feito, mas com “critério de justiça social”.
(Com Reuters)