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Poupança ganha da inflação pela primeira vez desde 2018

  • 11/01/2023 - 13h30
  • Atualizado 2 meses atrás
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Pela primeira vez em quatro anos, a caderneta de poupança, a aplicação financeira mais tradicional do país, rendeu mais que a inflação, que passou por um processo de desaceleração. Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,79%, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador é considerado o índice oficial de inflação, usado pelo Banco Central (BC) para definir a taxa de juros.

De acordo com a Calculadora do Cidadão, disponível na página do BC na internet, uma aplicação na caderneta de poupança feita em 1º de janeiro de 2022 sem movimentação até 1º de janeiro de 2023, teve um rendimento de 7,9% em 12 meses. 

A última vez em que a poupança superou a inflação foi em 2018, quando rendeu 0,85% acima do IPCA em 12 meses. Desde então, a combinação entre inflação alta e juros baixos corroeu o rendimento da aplicação mais popular no país. O pior momento foi registrado em outubro de 2021, quando o aplicador perdeu 7,59% contra a inflação no acumulado de 12 meses.

Mesmo com o rendimento acima da inflação, a poupança registrou um desempenho inferior a outras aplicações de renda fixa. Os investimentos em Certificado de Depósito Bancário (CDB), por exemplo, renderam 12,25% no ano passado, 6,24 pontos percentuais acima da inflação. A caderneta, no entanto, superou a bolsa de valores, que teve um ano marcado por instabilidades: o índice Ibovespa subiu 4,69%, mas rendeu 1,04% a menos que o IPCA.

De março de 2021 a agosto de 2022, o BC elevou a taxa Selic (juros básicos da economia) de 2% para 13,75% ao ano. O IPCA, que até julho do ano passado superou os dois dígitos no acumulado em 12 meses, recuou após três deflações consecutivas (agosto, setembro e outubro) provocadas principalmente pelo corte de impostos em combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo. Esses dois fatores aos poucos reverteram a perda da poupança para a inflação.

Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Essa regra vale quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro do ano passado. Lembrando que quando os juros básicos estão abaixo desse nível, a poupança rende apenas 70% da Selic.

A perspectiva para 2023 é que a poupança continuará a ganhar da inflação. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com investidores divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado previam que o IPCA deve fechar este ano em 5,36%. Como o boletim Focus também prevê que a Selic encerrará 2023 em 12,25% ao ano, a caderneta continuará rendendo em torno de 7% no acumulado de 12 meses.

A melhoria do rendimento deve ajudar a conter a fuga recorde de recursos da poupança observada no ano passado, quando os brasileiros sacaram R$ 103,24 bilhões a mais do que depositaram na aplicação financeira. No mês passado, houve uma captação líquida (mais depósitos que saques) de R$ 6,26 bilhões, resultado impulsionado pelo pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário. 

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