Os contratos futuros do café arábica devem cair cerca de 30% até o final de 2025, com a expectativa de que os recentes recordes de preços reduzam a demanda, enquanto os primeiros sinais indicam para uma safra abundante no Brasil no ano que vem, mostrou uma pesquisa nesta quinta-feira.
A pesquisa apresentou uma previsão mediana para os preços do café arábica no final de 2025 de US$2,95 por libra-peso, uma queda de 30% em relação ao fechamento de quarta-feira e uma perda de 6% em relação ao final de 2024.
“A demanda ficará estagnada em resposta aos preços muito altos”, disse um participante da pesquisa com 12 traders e analistas.
O aumento dos preços foi alimentado pela perspectiva de uma safra menor de arábica no Brasil, o maior produtor, na temporada 2025/26, cuja colheita começa por volta de maio.
A mediana das previsões da safra brasileira de café arábica de 2025/26 na pesquisa foi de 40,55 milhões de sacas, abaixo dos 43,4 milhões da safra anterior.
Vários participantes, contudo, apontaram para o potencial de uma safra maior na temporada 2026/27, a ser colhida no ano que vem.
“Se conseguirmos atravessar o período de geada/chuva sem danos, deve haver uma safra maciça de 26/27 no Brasil no horizonte”, disse outro participante.
Os preços do café arábica estiveram entre os mercados de commodities com melhor desempenho em 2024, subindo cerca de 70%, e continuaram a subir este ano, atingindo o recorde de US$4,2995 em 11 de fevereiro.
A safra total do Brasil deve cair de 66,4 milhões de sacas em 2024/25 para 64,6 milhões, com um aumento da produção de canéforas (conilon e robusta) compensando parcialmente a queda da produção de arábica.
Previsões para Café Robusta
- Os preços do café robusta deverão encerrar 2025 a US$4.200 por tonelada métrica, 28% abaixo do fechamento de quarta-feira, registrando uma perda anual de 14%.
- A safra de robusta do Brasil em 2025/26 deverá aumentar para 24,5 milhões de sacas, ante 21 milhões na temporada anterior.
- Também se previu uma safra maior no Vietnã, maior produtor de robusta, de 29 milhões de sacas, ante 28 milhões em 2024/25.
- “Se as condições climáticas continuarem favoráveis (no Vietnã), esperamos que a produção se recupere, dados os investimentos feitos pelos agricultores nos últimos anos”, disse um participante.