O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a recuar mais do que o esperado em maio, a 0,49%, depois de ter registrado alta de 0,24% no mês anterior, com destaque para o forte recuo nos preços de matérias-primas brutas, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
A expectativa de analistas era de uma baixa de 0,34%. Com o resultado do mês, o índice passou a acumular em 12 meses alta de 7,02%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 0,82% em maio, depois de ter registrado alta de 0,13% no mês anterior.
“Nos preços ao produtor, a expectativa positiva em relação ao volume da safra atual pressionou para baixo os preços de milho, soja e arroz, contribuindo para a queda das matérias-primas brutas agropecuárias. Além disso, o minério de ferro voltou a recuar, reflexo da menor demanda global”, explicou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
Contribuições no resultado do IPA
- Milho em grão (-9,79%, ante +6,50%)
- Minério de ferro (-2,30%, ante -1,83%)
- Óleo diesel (-6,87%, ante -3,24%)
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou para uma alta de 0,37% em maio, de um ganho de 0,46% no mês anterior.
“No IPC, a combinação entre a queda do querosene de aviação e o efeito da baixa temporada provocou recuo nas tarifas aéreas, colaborando para a desaceleração dos preços ao consumidor”, disse Dias.
Destaques na desaceleração do IPC
- Passagem aérea (-5,96%, ante -5,34%)
- Tarifa de telefone móvel (-1,87%, ante +0,14%)
- Tomate (-4,78%, ante +23,71%)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,26% em maio, ante uma alta de 0,59% em abril.
O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
(Com Reuters)