Segundo Wellington Dias, ex-governador do Piauí e eleito senador pelo PT, o ganho real do salário mínimo em 2023 deverá ficar entre 1,3% e 1,4% acima da inflação de 2022. Wellington Dias é cotado para comandar o Ministério da Fazenda no futuro governo Lula (PT). “Temos o compromisso de, no primeiro ano, implementar a regra da média do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos cinco anos para o reajuste do salário mínimo. Como houve queda do PIB, provavelmente vai ficar em um patamar de 1,3% a 1,4% de ganho real no primeiro ano”, afirma Dias.
O reajuste segue a regra que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quer aprovar no Congresso. A regra prevê a correção anual do salário mínimo com base na média do PIB dos últimos cinco anos – o custo desta medida seria de cerca de R$ 6,2 bilhões.
Atualmente, o salário mínimo é R$ 1.212 e no projeto de Orçamento enviado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso, a previsão é de um salário mínimo de R$ 1.302 para 2023. Para chegar nesse valor, seria utilizada a correção pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), lembrando que esse valor pode ser mais baixo caso o INPC seja menor que o previsto pelo Ministério da Economia.
O economista Manoel Pires, coordenador do Observatório Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). comenta que o salário mínimo subiria para cerca de R$ 1.320 se o aumento real de 1,3% a 1,4% for dado com base na previsão do governo Bolsonaro. Porém, o economista pondera que a previsão para o INPC deve ser revista, já que a inflação deste ano deve ficar abaixo do projetado em agosto.
Wellington Dias, indicado por Lula para negociar a lei orçamentária de 2023 com o relator da proposta, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirma que o reajuste do salário mínimo terá que constar no Orçamento de 2023. Com essa afirmação, o senador eleito sugere que o aumento real do salário mínimo começará já no início do ano. Para se ter uma ideia, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo tem um impacto de R$ 388 milhões nas contas do governo, uma vez que boa parte das despesas (principalmente da Previdência) é vinculada ao valor do salário mínimo.
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