Milhares de páginas de documentos digitais relacionados ao assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963 estão agora disponíveis para historiadores, teóricos da conspiração e meros curiosos, a partir de ordens do presidente dos EUA, Donald Trump.
Uma primeira parcela de cópias eletrônicas de documentos foi disponibilizada no site dos Arquivos Nacionais na noite de terça-feira, após funcionários do Departamento de Justiça passarem horas analisando-os. Até as 22h30 (horário local), o Arquivo Nacional havia publicado 2.182 PDFs, totalizando 63.400 páginas. Trump havia dito um dia antes que a liberação ia abranger cerca de 80.000 páginas.
O setor de arquivos não respondeu imediatamente a um pedido de comentário nesta quarta-feira sobre a possibilidade de liberação de mais documentos em breve em resposta a uma ordem de Trump em janeiro.
A coleção do arquivo sobre o assassinato de Kennedy tem mais de seis milhões de páginas de registros, a grande maioria desclassificada e tornada pública antes da ordem de Trump.
Os documentos digitais divulgados na terça-feira oferecem uma janela para o clima de medo que cercava as relações dos EUA com a União Soviética logo após a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962, que quase levou a uma guerra nuclear.
Especialistas duvidam que a nova versão mude o que se sabe sobre o assassinato de JFK, como Kennedy é conhecido, em Dallas, em 22 de novembro de 1963. É provável, no entanto, que a divulgação intrigue as pessoas há muito tempo fascinadas por um período dramático da história, pelo assassinato e pelo próprio Kennedy.
Fredrik Logevall, professor de história de Harvard que escreveu sobre JFK, disse por email que os novos documentos podem ajudar a preencher o quadro.
“É importante que toda a documentação seja divulgada, de preferência de forma não editada. Mas não espero novas revelações dramáticas que alterem de alguma forma fundamental nossa compreensão do evento”, disse.
(Com Reuters)