A Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU afirmou nesta segunda-feira ter registrado um “aumento alarmante” nas execuções relatadas de soldados ucranianos capturados pelas Forças Armadas russas durante a guerra nos últimos meses.
A missão na Ucrânia disse ter recebido relatos de 79 execuções em 24 incidentes separados desde o final de agosto do ano passado. O direito humanitário internacional proíbe a execução de prisioneiros de guerra e feridos, e a considera um crime de guerra.
“Muitos soldados ucranianos que se renderam ou estavam sob custódia física das Forças Armadas russas foram mortos a tiros no local. Relatos de testemunhas também descreveram os assassinatos de soldados ucranianos desarmados e feridos”, disse a missão em um comunicado.
Ao comentar o relato, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou que as atrocidades russas exigem uma ação internacional urgente.
“As horríveis execuções de prisioneiros de guerra ucranianos pela Rússia demonstram que a Ucrânia está enfrentando verdadeiras feras”, disse ele no X. “Precisamos de ferramentas jurídicas internacionais novas e eficazes e de medidas concretas para responsabilizar os perpetradores.”
O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O órgão da ONU obteve e analisou material fotográfico e de vídeo publicado por fontes ucranianas e russas mostrando execuções ou cadáveres e realizou entrevistas detalhadas com testemunhas.
O órgão disse que as execuções relatadas ocorreram em áreas onde as operações ofensivas russas estavam em andamento.
Danielle Bell, chefe da missão, declarou que algumas autoridades russas “pediram explicitamente tratamento desumano e até mesmo a execução” de soldados ucranianos capturados.
A missão disse que também documentou a execução de um soldado russo ferido e incapacitado pelas Forças Armadas ucranianas em 2024, mas não deu detalhes.
O gabinete do promotor ucraniano afirmou anteriormente que estava investigando dezenas de casos de execuções de militares ucranianos pelas forças russas.